segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Peladeiros do bairro Bela Vista

Depois de defenderem várias equipes do futebol amador de nossa cidade, e do interior de nosso municipio, quando jovens, aqueles que praticam e gostam do futebol, após os trinta anos, não querem deixar os gramados. Para estes atletas, as peladas do fim de semana continuam uma excelente terapia. O bate papo após o suor dos noventa minutos de bola rolando, regado a uma loira estupidamente gelada, é um ótimo complemento.

O bairro Bela Vista, assim como todos os outros bairros da parte alta de Colatina sempre nos brindaram com atletas acima da média. Várias gerações de grandes jogadores passaram por nossos gramados e nos proporcionaram bons momentos de futebol no Justiniano de Mello e Silva. Nas décadas de 50 e 60 tivemos Pelé, Domingos, Doca, Bugre, Bené, Turila e muitos outros que defenderam equipes como Colatinense, Vila Nova, Juventude, América, UACEC e São Silvano. Nos anos de 1970, tivemos o arisco Lulinha que driblava e entortava todos seus adversários.

Apesar da falta de espaço para a prática do esporte bretão, todas as comunidades tinham suas equipes. Quando havia jogo, os moradores acompanhavam as mesmas e vibravam com seus craques. O tempo foi passando, os espaços diminuindo e tivemos uma escassez de bons jogadores. Nos anos de 1980 pouco se falou em nossos craques. Na época se dizia, que craque se importava. Na década de 1990, o nosso craque quase desapareceu de uma vez. Teté, que esteve no Rio Branco, em Portugal e no Catar, foi nosso melhor jogador.

Nos anos 2000, novos valores foram aparecendo. Augusto foi outra jovem promessa e grande revelação. Começou no CTE Colatina e, depois de se destacar no Campeonato Capixaba, acabou negociado com um clube português, jogando também em solo francês. Atualmente, os craques do bairro Bela Vista são o zagueiro Daniel, os atacantes Júlio e Thiago Rosa(fazendo teste no Fluminense-RJ), o meio campista Bismarck e o ala Stanley.

Bem, deixemos de lado o passado, a garotada que é promessa e vamos falar dos veinho. Com um grupo formado por cerca de 50 atletas, a palavra de ordem dos peladeiros do Bela Vista é fazer a gorduchinha rolar e, depois da suada no campo, tomar uma cervejinha estupidamente gelada para relaxar e jogar conversa fora, todos os sábados, após as 16 horas.

Esta pelada começou em março de 2005, quando o campo ainda era o velho carecão. A organização ficou por conta de Arildo, que teimava não parar com o bom vicio de jogar futebol. Joel Cardoso Moura, o popular Ratinho se juntou ao veterano Arildo, ficando com a parte mais complicada da organização, que é ser o tesoureiro. Atualmente, a pelada conta com uma nova diretoria e tem seu próprio patrocinador, que é o Representante Comercial Rogério Thedoldi. As regras estabelecidas foram bem simples: 1- estar em dia com a mensalidade; 2- todo integrante deve chegar ao campo de jogo até as 16 horas; 3- iniciam a pelada, os primeiros 22 jogadores que chegarem ao gramado, 4- as substituições são feitas de acordo com a ordem de chegada.

Com a interdição do campo para reformas em 2007, Barbados, foi o novo palco da galera belavistana. O retorno aconteceu em 2008, quando o Carecão recebeu o nome de Praça de Esportes Alfredo da Silva e um novo gramado, ficando mais fácil de se fazer a gorduchinha rolar, disse Jailson. Agora, está do jeito que a gente gosta, falou Abel, pequenino atacante, que deu trabalho a muito marmanjo, quando ainda estava em atividade, disputando a Taça Unevila.

Como toda boa pelada, a do Bela Vista não poderia deixar de ter aqueles jogadores com apelidos exóticos. E tem apelido para todo o gosto. Lá tem o Marreco, o Baé, Quiabo, Tolete, Ratinho, Coreano, Rambo, Nenem Perereca, Zé Mulher, João Canhão e muitos outros. Nomes como os de Adão, Romário, Nivaldo Preto, Abel, Robinho, Jailson, Osmar, Wilson, Robinho, Escurinho, Tico, Val, Luiz Carlos, Edu, Alcir e Teté, também estão gravados na mente do belavistano, que acompanha os veteranos na sua peladinha semanal.

Foto: Fundadores e diretores da pelada

E passa a bola!

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